Visão Geral
O dólar comercial fechou a segunda-feira (16) em alta de 1,8%, cotado a R$6,1479, após iniciar o dia em R$6,0464. O euro também apresentou uma variação de 1,8%, fechando em R$6,4614, contra R$6,3503 no início do pregão.
Nesta terça-feira (17), o dólar começou o dia cotado a R$6,1484, enquanto o euro iniciou o pregão em R$6,4683. Confira abaixo a análise do dia e os principais eventos que influenciam o mercado de câmbio, e devem impactar negativamente a inflação brasileira em 2025.
Agenda de Hoje
Exterior:
- 04h00: Reino Unido – Taxa de Desemprego (outubro)
- 06h00: Alemanha – Índice Ifo de Clima de Negócios (dezembro)
- 07h00: Zona do Euro – Balança Comercial (outubro)
- 10h30: EUA – Vendas no Varejo (novembro)
- 11h15: EUA – Produção Industrial (novembro)
- 20h50: Japão – Balança Comercial (outubro)
Brasil:
- 05h00: Fipe – Índice de Preços ao Consumidor (semanal)
- 08h00: FGV – IGP-M 2ª prévia (dezembro)
- 08h00: Banco Central – Ata do Copom
- 11h30: Banco Central – Oferta de até 15 mil contratos de swap cambial (US$750 milhões), em rolagem
Real x Dólar: pressões econômicas e monetárias
Nesta terça-feira (17), o Banco Central divulgou a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), justificando a recente elevação da taxa Selic para 12,25%. Segundo o documento, a decisão foi motivada pelo alto nível de atividade econômica interna, que tem pressionado a inflação nos últimos meses, e pelas incertezas crescentes em relação à gestão fiscal.
Nos Estados Unidos, o mercado aguarda os dados de vendas no varejo e produção industrial de novembro. O consenso é de um aumento de 0,6% nas vendas, sinalizando a resiliência do consumo na maior economia global. Para a produção industrial, a expectativa é de uma alta mais modesta de 0,3%, indicando uma retomada gradual da atividade fabril após meses de oscilações.
No Brasil, o mercado de câmbio iniciou o dia sem direção definida, mas com viés de desvalorização para o real. A crescente desconfiança sobre a gestão fiscal e o ambiente global cauteloso continuam pressionando a moeda brasileira, que chegou a ser cotada a R$6,17 em relação ao dólar.
Real x Euro: impacto do cenário internacional
Os dados econômicos internacionais divulgados nesta terça-feira também trazem impactos para o mercado de câmbio:
- Reino Unido: A taxa de desemprego permaneceu estável em 4,3% no trimestre encerrado em outubro. Apesar da estabilidade, o destaque foi o aumento do rendimento semanal médio, que subiu 5,2%, evidenciando um mercado de trabalho aquecido.
- Alemanha: O Índice Ifo de Clima de Negócios recuou para 84,7 pontos em dezembro, contra 85,6 pontos em novembro. A queda reflete a persistência dos desafios econômicos enfrentados pelo setor industrial alemão.
- Zona do Euro: A balança comercial de outubro registrou um superávit de 6,8 bilhões de euros, bem abaixo das projeções, que esperavam um saldo positivo de 11,7 bilhões de euros.
No mercado de câmbio, o real abriu o dia sem direção frente ao euro, influenciado pelas incertezas econômicas no Brasil, sobretudo em relação às políticas fiscais do governo.
Perspectiva para 2025: câmbio e inflação
O desgaste entre o governo brasileiro e o mercado financeiro tem intensificado a desvalorização do real, o que tende a gerar pressões inflacionárias em 2025. O dólar, já negociado em patamares elevados, deve continuar a influenciar diretamente os custos de produtos e insumos importados, como combustíveis, eletrônicos e alimentos.
Por outro lado, a política monetária do Banco Central, com a Selic em alta, busca conter os efeitos da inflação. No entanto, as incertezas fiscais e o ambiente externo ainda representam desafios para uma estabilização do câmbio.
Conclusão
A desvalorização do real, impulsionada por fatores internos e externos, continua a preocupar o mercado financeiro e os consumidores. Se as políticas fiscais e monetárias não trouxerem maior estabilidade, a inflação em 2025 poderá ser fortemente impactada, especialmente em setores que dependem de insumos importados. A atenção seguirá voltada para os indicadores econômicos globais e para as decisões de política fiscal do governo brasileiro nos próximos meses.