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Conflitos militares e tensões comerciais impulsionam moedas emergentes

Perspectiva para 2025: avanço nas negociações de paz e impacto no mercado

As tratativas entre EUA e Rússia, realizadas em Riad, indicam avanços significativos rumo a um acordo para encerrar a guerra na Ucrânia. Segundo Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, as conversas foram produtivas e abriram caminho para um possível consenso de paz.

A postura ocidental sofreu alterações sob a liderança de Donald Trump, que optou por negociações diretas com Vladimir Putin, excluindo a Ucrânia e a União Europeia do diálogo. Outro ponto discutido envolveu a possibilidade de redução no preço do petróleo, um fator estratégico para a economia russa. Trump reiterou sua intenção de encerrar o conflito e destacou acreditar na disposição de Putin para um acordo.

O desdobramento dessas negociações tem reduzido os riscos geopolíticos e gerado impactos positivos nos mercados, especialmente no setor energético e no comércio global. Esse movimento tem favorecido a valorização de moedas emergentes, como o rublo e o real, que registraram ganhos de 18% e 8%, respectivamente, frente ao dólar desde o início do ano.

Cenário político interno pode impulsionar o real

Mesmo longe das eleições de 2026, o impacto do cenário político já se reflete no mercado cambial. Pesquisas de intenção de voto e indicadores de apoio popular têm influenciado as cotações do dólar, sugerindo um ambiente eleitoral competitivo.

O acirramento da disputa entre governo e oposição tem sido interpretado como um estímulo à adoção de medidas fiscais mais austeras, aumentando a expectativa de maior controle sobre as contas públicas. Esse contexto contrasta com a política fiscal adotada nos dois primeiros anos da atual gestão.

Outro fator que contribuiu para a estabilidade do real foi o compromisso do governo com as metas do arcabouço fiscal. O déficit primário registrado em 0,09% do PIB ficou abaixo das projeções do mercado no início de 2024, fortalecendo a confiança dos investidores na disciplina fiscal do país.

Bitcoin: expectativas frustradas com a nova gestão nos EUA

Contrariando previsões otimistas, o Bitcoin (BTC) não sustentou sua tendência de alta após a posse de Donald Trump. Apesar da forte valorização registrada no período eleitoral, a criptomoeda não conseguiu manter o ritmo devido à demora do novo governo em apresentar medidas favoráveis ao setor cripto.

A expansão da economia norte-americana tem levado o Federal Reserve (Fed) a adotar uma abordagem cautelosa na política monetária, mantendo os juros elevados. Esse cenário impacta o Bitcoin, que permanece abaixo da marca de US$ 100 mil, sem perspectivas imediatas de retomada significativa.

O futuro do câmbio: incertezas e oportunidades

O comportamento do real frente a outras moedas segue cercado de incertezas. Após uma desvalorização expressiva em dezembro, a moeda brasileira vem recuperando parte de seu valor, impulsionada pelo desempenho fiscal e pela possível desaceleração econômica global. No entanto, ainda não é possível afirmar se essa valorização será sustentável no longo prazo.

No cenário europeu, o Banco Central Europeu (BCE) pode adotar novos cortes de juros devido às dificuldades econômicas na região, o que pressionaria o euro para baixo. Entretanto, uma recente declaração de Isabel Schnabel, do BCE, indicou que o ciclo de redução pode estar próximo do fim, o que ajudaria a conter a desvalorização da moeda europeia.

No Reino Unido, o aumento da inflação tem gerado incertezas sobre os próximos passos do Banco da Inglaterra (BoE). Caso a instituição adote uma postura mais conservadora, mantendo os juros elevados, a libra pode ganhar força frente ao real.

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