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Copom deve manter Selic em 14,75% na reunião desta quarta-feira

Expectativa é de que o Banco Central opte pela manutenção dos juros, reforçando postura cautelosa diante do cenário econômico

O Comitê de Política Monetária (Copom) deve anunciar, nesta quarta-feira (18), a decisão de manter a taxa Selic em 14,75% ao ano. A reunião, que começou hoje (terça-feira, 17) e será concluída amanhã, ocorre em meio a preocupações com o desempenho da economia, apesar da recente desaceleração da inflação e da valorização do real frente ao dólar.

Mesmo com sinais de alívio no cenário inflacionário, o Banco Central tende a manter uma abordagem conservadora, sinalizando compromisso com o controle dos preços. A expectativa do mercado é de um comunicado firme, que deixe aberta a possibilidade de novas altas nos juros, caso os riscos inflacionários voltem a crescer.

Por que o Copom deve segurar a Selic em 14,75%?

Apesar de uma leve redução dos riscos inflacionários no segundo trimestre, o BC deve manter a Selic inalterada. Entre os fatores que contribuíram para esse alívio estão a valorização do real — atualmente em torno de R$ 5,55, bem abaixo dos mais de R$ 6,30 registrados em dezembro — e sinais de desaceleração da economia brasileira.

Ainda assim, o cenário não é totalmente favorável. Alguns riscos continuam pressionando as metas de inflação deste ano, o que justifica a manutenção de uma política monetária bastante restritiva. Essa política, inclusive, tem sido apontada como uma das responsáveis pelo aumento dos pedidos de recuperação judicial no setor varejista nos últimos anos.

Se confirmada, a taxa de 14,75% permanece no maior patamar nominal dos últimos 19 anos. Mesmo com descumprimentos recentes das metas de inflação, os juros reais seguem muito elevados, permitindo ao Copom manter a Selic nesse nível sem gerar riscos adicionais de descontrole inflacionário.

Vale lembrar que, na última reunião de maio, o Comitê optou por elevar os juros em 0,50 ponto percentual, reforçando a postura de cautela.

Como a decisão do Copom influencia o dólar?

A manutenção da Selic em 14,75% já está, em grande parte, precificada pelo mercado e não deve gerar grandes oscilações imediatas no câmbio.

O real vem se valorizando nas últimas semanas, impulsionado, em parte, pelos juros elevados no Brasil. No entanto, esse movimento de valorização depende também do contexto internacional. Conflitos como a tensão entre Irã e Israel, além de incertezas relacionadas à guerra comercial, podem gerar volatilidade nos mercados e limitar os ganhos de moedas de países emergentes, como o Brasil.

Portanto, apesar da Selic alta favorecer o real, o impacto sobre o dólar deve ser limitado no curto prazo. Além disso, como o mercado já esperava essa decisão, ela já está embutida nos preços atuais — ou seja, já foi precificada pelos agentes financeiros.

Efeitos da Selic na economia brasileira

A expectativa é que a Selic permaneça em 14,75% durante todo o segundo semestre, o que deve manter a economia brasileira relativamente resiliente, sustentada principalmente pelo bom desempenho do agronegócio e pela força do mercado de trabalho.

Por outro lado, o efeito dos juros altos começa a aparecer nos indicadores econômicos. Grande parte do crescimento observado no primeiro trimestre foi impulsionado por fatores sazonais do agronegócio. Para os próximos meses, a previsão é de uma desaceleração no ritmo da atividade econômica.

Enquanto isso, os setores produtivos ainda mostram certa resistência, com o agronegócio se destacando como principal motor da economia. Para os investidores, a manutenção da Selic em níveis elevados continua garantindo bons retornos em renda fixa, além de valorizar aplicações conservadoras como a poupança, que teve seus rendimentos ampliados desde o início do ciclo de alta dos juros.

Quando será a próxima reunião do Copom?

Na última ata divulgada, referente à reunião de 6 e 7 de maio, o Banco Central reforçou que continua atento à inflação e ao comportamento dos preços. O Comitê deixou claro que as próximas decisões dependem da evolução dos indicadores econômicos.

A atual reunião do Copom acontece entre os dias 17 e 18 de junho, com a decisão final sendo divulgada na quarta-feira (18). A tendência é que o Comitê mantenha a Selic em 14,75% ao ano. No entanto, o comunicado oficial e a ata não devem trazer pistas claras sobre os próximos passos, apenas reforçando que novos ajustes podem ser feitos, caso o cenário exija.

A expectativa do mercado, por enquanto, é que a taxa permaneça nesse patamar elevado, pelo menos, até o final de 2025.

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