A cotação do dólar abriu esta quinta-feira (20) em R$ 5,6485, mantendo a volatilidade diante de decisões importantes do mercado financeiro. A elevação da Selic para 14,25% pelo Comitê de Política Monetária (Copom) já era esperada pelos analistas, mas a possibilidade de novos ajustes segue no radar dos investidores.
Paralelamente, eventos geopolíticos e movimentos do Federal Reserve (Fed) influenciam a valorização da moeda norte-americana.
Decisão do Copom e impacto nos mercados
Na quarta-feira (19), o Copom confirmou a elevação da taxa básica de juros para 14,25%, o maior patamar desde 2016. O Banco Central indicou que pode haver novos ajustes, mas em ritmo mais moderado, dependendo do comportamento da inflação. A decisão repercutiu no mercado financeiro, impactando a cotação do dólar e os juros futuros.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a medida já era amplamente prevista e que os efeitos sobre a economia devem ser monitorados. Enquanto isso, analistas destacam que a postura do Banco Central foi interpretada como levemente mais “hawkish” (dura), o que pode atrair capital estrangeiro para títulos prefixados do Tesouro Nacional.
Cotação do Dólar Hoje
- Dólar Comercial:
- Compra: R$ 5,6470
- Venda: R$ 5,6480
- Dólar Turismo:
- Compra: R$ 5,691
- Venda: R$ 5,871
- Atualização: 20 de março às 09h00
Após sete sessões consecutivas de baixa, o dólar voltou a subir nesta quinta-feira, acompanhando a valorização da moeda norte-americana no exterior. A incerteza sobre os próximos passos do Fed também adiciona pressão sobre os mercados emergentes.
Desempenho da Bolsa Brasileira
O Ibovespa fechou o pregão da quarta-feira (19) em alta de 0,79%, alcançando 132.508 pontos. A Petrobras apresentou um desempenho misto: enquanto as ações preferenciais (PETR4) caíram 0,08%, as ordinárias (PETR3) subiram 0,48%. A Vale (VALE3) conseguiu reduzir perdas no fim do dia, encerrando com uma leve queda de 0,17%, impactada pelo recuo de 2,12% no preço do minério de ferro na Bolsa de Dalian.
Fatores internacionais e expectativas para abril
No cenário internacional, os investidores monitoram a política monetária dos EUA. O presidente do Fed, Jerome Powell, reforçou que não há pressa para cortar os juros e que a instituição ajustará sua política conforme a evolução da economia e do mercado de trabalho norte-americano.
Outros bancos centrais também mantiveram suas taxas de juros: enquanto a China optou por estabilidade, a Suíça cortou sua taxa básica para 0,25%, e a Suécia manteve os juros em 2,25%.
No Brasil, as projeções fiscais do Prisma Fiscal indicam um déficit primário de R$ 75,1 bilhões para 2025, menor que a previsão anterior de R$ 80 bilhões. O governo também revisou sua meta fiscal, abandonando a expectativa de superávit e adotando um objetivo neutro, equivalente a 0% do PIB.
Para os próximos meses, o dólar pode oscilar próximo de R$ 5,70, refletindo as incertezas sobre as tarifas comerciais dos EUA e a continuidade da guerra na Ucrânia, que se aproxima de uma resolução. Caso os fluxos de capital retornem aos EUA devido às condições macroeconômicas, a pressão sobre o real pode aumentar.
Conclusão
O cenário cambial segue influenciado por fatores internos, como a decisão do Copom, e externos, como a política monetária norte-americana e tensões geopolíticas. Investidores devem acompanhar os próximos passos do Fed, as oscilações no preço das commodities e as perspectivas para o mercado de juros no Brasil. Com tantas variáveis em jogo, a volatilidade deve permanecer alta nos próximos dias.