Nesta terça-feira (11), o dólar foi cotado a R$5,7874, após registrar uma mínima de R$5,7638 na segunda-feira (10). O fechamento do dia anterior também marcou uma queda na moeda norte-americana, que terminou em R$5,7874. O mercado financeiro agora se volta para os desdobramentos relacionados à oficialização das novas tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre aço e alumínio.
Com uma taxa de 25%, as tarifas visam reforçar a agenda protecionista do governo dos EUA e revogam isenções fiscais para grandes fornecedores, incluindo o Brasil.
O impacto das tarifas no comércio global
O Brasil, que ocupa a nona posição global na produção de aço bruto, tem nos Estados Unidos seu principal mercado. Diante das novas tarifas, o governo brasileiro estuda possíveis respostas, mas adota uma postura cautelosa, priorizando o diálogo. De acordo com fontes oficiais, retaliações seriam consideradas apenas caso as negociações fracassem.
Expectativas para o câmbio: alta das tarifas e tensão geopolítica
O dólar comercial e o turismo devem começar o pregão desta terça-feira com tendência de alta, devido à ampliação das tarifas e ao aumento das tensões geopolíticas. Essa combinação deve gerar maior volatilidade no mercado financeiro.
Cotações de Dólar em 11/02
- Dólar comercial
- Compra: R$5,7850
- Venda: R$5,7880
- Dólar turismo
- Compra: R$5,836
- Venda: R$6,016
Bolsa Brasileira: O impacto das commodities e tarifas de Trump
O Ibovespa registrou uma alta de 0,76% no fechamento de segunda-feira (10), terminando aos 125.571 pontos. Esse desempenho foi impulsionado pela valorização das commodities e pela forte demanda de investidores estrangeiros pelos ativos brasileiros. Contudo, a oficialização das tarifas de Trump gerou cautela, especialmente para empresas brasileiras do setor de aço, como Gerdau, CSN e Usiminas, que podem ser diretamente impactadas pela medida.
Cenário externo: A crescente tensão geopolítica
Apesar da alta no Ibovespa, o clima de cautela aumentou com as declarações do Hamas, que acusou Israel de não cumprir acordos. Além disso, houve alegações de que os EUA revogaram garantias para um cessar-fogo, acendendo ainda mais as tensões no cenário internacional, o que pode afetar os mercados financeiros.
Expectativas para o futuro: Desafios para o Brasil e as consequências do protecionismo
No cenário econômico brasileiro, o câmbio segue relativamente estável, sustentado pela forte arrecadação de dezembro, que resultou em um déficit primário de apenas 0,09% do PIB. Contudo, as pressões internas por cortes de gastos são intensas, e a expectativa é de que a alta dos juros comece a impactar a economia no segundo semestre.
No plano internacional, a postura imprevisível da administração Trump mantém os mercados em alerta. Caso novas medidas protecionistas sejam implementadas, é possível que as bolsas sofram novas quedas e o dólar se fortaleça ainda mais no mercado global, exercendo uma pressão adicional sobre o real.