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Holding: o que é e como funciona. Conheça os tipos e exemplos!

Holding é um termo popular para se referir a um tipo de empresa. Em português, essa palavra significa “manter” ou “controlar”, e é usada para descrever um tipo especial de empresa que administra diversos empreendimentos de um mesmo grupo. Montar uma empresa desse tipo pode ser uma grande vantagem no mundo dos negócios.

Entenda agora o que é uma holding e como funciona! Além de seus principais fundamentos, seu processo de estabelecimento e as vantagens associadas a esse tipo de negócio.

O que é uma holding?

Holding é uma sociedade gestora matriz de participações sociais, que exerce controle ou “segura” outras empresas. Trata-se de um modelo de empresa cada vez mais comum no Brasil, afinal, já existe no país uma grande variedade desse tipo de companhia. O objetivo principal é a administração ou controle de uma ou mais empresas.

Logo, é a holding que toma as decisões que determinam a gestão das demais companhias por ser sócia majoritária dos negócios. Esse tipo de companhia também é conhecida como “Holding empresarial”. Além de poder gerir mais de uma empresa, a sociedade holding também pode gerir empresas de diferentes áreas.

Mas, apesar de poder administrar empresas de outros setores, uma holding costuma ter um padrão, especialmente gerencial de atuação. Esse tipo de fator inclusive facilita a sinalização para o mercado sobre como um determinado grupo de empresas pode atuar, sobretudo do ponto de vista administrativo.

Inclusive um fator comum são holdings que possuem um ativo que representa a maioria do seu capital e a empresa administrada é confusa com a administradora. Dessa forma, é essencial compreender que a holding representa todas as companhias de seu portfólio e mesmo que haja uma com participação mais relevante, as outras também impactam seus resultados.

Portanto, por atuar na administração gerencial e política de outras empresas, a holding tem o papel de organizar a estrutura de capital das suas subsidiárias. Além disso, esse tipo de empresa também cumpre o papel de manter parcerias com outras empresas, no intuito de melhorar a gestão global.

A holding pode controlar uma série de ativos diferentes, os quais podem ser: ações, fundos de investimentos, imóveis, patentes, entre outros a depender do modelo de negócio da companhia. Em especial, holdings familiares, por exemplo, administram uma gama variada de tipos de ativos, dado que, em geral, administram os bens de uma família.

Como funciona uma holding?

Como explicado acima, a função principal de uma holding é o controle de outras empresas, sendo que essas empresas controladas podem ser de diferentes setores e diferentes tipos jurídicos. Na condição de controladora, essa companhia pode ocupar também a função de administradora ou apenas acionista da empresa.

As holdings podem ser tanto Sociedades Anônimas (S/A) como Limitadas (LTDA). O tipo de regime jurídico pode variar devido às empresas administradas pela companhia ou mesmo pelas vantagens fiscais que cada regime permite. Além disso, independente do regime jurídico, essas empresas possuem acompanhamento pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).

Quais as funções desse tipo de empresa?

A função da holding é permitir que uma empresa e seus diretores possam exercer influência ou até mesmo controlar outras empresas (as chamadas de subsidiárias). Ou seja: a holding possui participação nas ações de uma ou mais companhias, podendo atuar direta ou indiretamente em suas atividades.

Mas isso varia em cada caso. Se a participação for majoritária, é possível exercer mais influência. No caso de participações minoritárias (como é comum em holdings de participação), não há influência direta.

Entre as principais atividades de uma holding, é possível citar: manter o controle das operações de uma empresa – seja de forma direta ou através de influência no conselho de acionistas. Além disso, pode-se monitorar as ações de outras companhias em que há participação acionária – sejam essas empresas com ações na bolsa de valores ou não.

Há, também, a possibilidade de facilitar o processo de herança: com uma holding pré-estabelecida, fica mais fácil passar os bens aos descendentes após o falecimento.

Ainda é possível citar os benefícios de produtividade: ao invés de ter uma organização de empresas complexa de se manter, cria-se uma holding com subsidiárias que facilita o operacional dos negócios.

Tipos de holding

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Holding: o que é e como funciona. Conheça os tipos e exemplos! 4

Existem vários tipos de holding, as quais podem ser puras ou mistas. Além disso, também há uma série de classificações diferentes para as holdings dependendo da atividade exercida pela companhia ou por suas características. Confira:

Holding pura

A holding pura é aquela cujo intuito é apenas de participação no capital social de outras empresas. Logo, esse tipo de empresa não realiza outras atividades econômicas, apenas exerce o controle sob as empresas que estão sob seu controle. As receitas desse tipo de holding são oriundas exclusivamente dos dividendos distribuídos pelas suas companhias.

As grandes holdings no mercado brasileiro costumam ser desse tipo, visto que elas têm a sua formação com o único objetivo de controlar outras empresas.

Holding mista

A holding mista é aquela que, além da participação em outras empresas, utiliza também a exploração de atividade empresarial para auferir lucros. Como exerce outra atividade além de holding, leva o nome de mista.

Portanto, esse tipo de holding possui duas fontes de receita, sendo que, em geral, a principal delas continua sendo os dividendos distribuídos pelas empresas controladas. Contudo, a atividade paralela contribui com os resultados auferidos por esse tipo de companhia.

Holding familiar

As holdings familiares, como o próprio nome já sugere, são empresas administradas por membros de uma mesma família. Uma holding familiar seria um tipo de “empresa familiar” que pode, ou não, administrar um grupo de companhias pertencentes a um mesmo clã. Existem, por exemplo, os casos de empresas especializadas nesse tipo de atividade que administram bens de diversas famílias.

Holding patrimonial

Holding patrimonial é uma administradora de bens próprios. É uma empresa criada para gerir bens (como imóveis, por exemplo) para que esses sejam integrados ao capital social da companhia. O objetivo desse tipo de empresa é facilitar a gestão e obter benefícios fiscais e sucessórios.

Logo, a gestora dos bens próprios ou holding patrimonial irá facilitar que famílias com muitos bens gerenciem melhor seu patrimônio de forma centralizada.

Holding de controle

A holding de controle é a empresa criada para controlar outras companhias. Em geral, esse tipo de holding é sócia majoritária das companhias e exercem a gestão das empresas em que atuam. Entre as grandes holdings brasileiras, especialmente aquelas que possuem capital aberto na bolsa de valores, esse é o tipo mais comum. Nesse caso há holdings com apenas uma subsidiária e outras que controlam uma série de empresas.

Holding de participação

A holding de participação, ao contrário da holding de controle, é aquela cujo foco é ter participação minoritária em uma série de companhias, geralmente a partir da compra de ações. 

Dessa forma, essas empresas não atuam diretamente na gestão de outras. No geral, esse tipo de holding visa facilitar a determinada empresa ou grupo de pessoas, manter um percentual de uma ou mais empresas. Logo, essas costumam ser as holdings que demandam menos estrutura para manter suas operações.

Holding administrativa

A holding administrativa é aquela que tem por objetivo incrementar a eficiência no controle de uma ou mais empresas. Dessa forma, o objetivo principal desse tipo de companhia é atuar no processo de decisões das empresas administradas.

Esse tipo de holding é interessante, visto que possui especialização em prover uma administração profissional para outras companhias. Portanto, elas costumam ter reconhecimento no mercado por sua capacidade de gestão.

Vantagens de uma holding

As principais vantagens de uma holding são a facilidade de realizar diferentes investimentos sem o custo de criar uma empresa. Portanto, é fácil formar esse tipo de companhia, e também é fácil aumentar os investimentos da mesma, especialmente os investimentos em âmbito financeiro.

Além disso, esse tipo de empresa gera economia de escala, visto que a mesma estrutura administrativa pode exercer o controle de diversas empresas subsidiárias. Mesmo no caso das holdings familiares, essa também é uma vantagem, visto que os serviços de TI, contabilidade e jurídicos, por exemplo, são concentrados na mesma estrutura.

Sem contar que a separação legal entre controladora e subsidiária fornece uma redução dos riscos da holding. Visto que apesar da queda na rentabilidade das subsidiárias impactarem o resultado da holding, o impacto será reduzido.

Desvantagens de uma holding

Assim como qualquer tipo de empresa, as holdings possuem suas vantagens e desvantagens, as quais devem ser levadas em conta pelas empresas ou indivíduos no momento de sua criação. A principal desvantagem das holdings é o fato de alguma dessas empresas poderem exercer uma exploração sobre as subsidiárias, o que pode impactar negativamente outros acionistas.

Como essas empresas exercem controle sobre as companhias, é possível que essas tomem decisões conforme as necessidades da holding. Além disso, a formação de holdings pode exercer um efeito negativo sobre o mercado com a concentração de poder econômico. Operações como essas podem prejudicar de forma desleal as concorrentes e também os consumidores.

Um ponto que deve ser lembrado é que existe a possibilidade de fraude das contas das subsidiárias por parte da holding. Por essa razão, as subsidiárias devem ter um setor de compliance ativo para evitar efeitos adversos como esse.

Vale a pena criar uma holding?

A decisão sobre criar esse tipo de empresa ou não está geralmente focada nas dificuldades de gerir os ativos de determinada empresa, indivíduo ou grupo de pessoas. Além disso, no caso das famílias, uma empresa dessa espécie pode facilitar o processo de sucessão e evitar conflitos judiciais entre os herdeiros do patrimônio, como também facilitar a gestão dos ativos próprios, especialmente imóveis.

De forma geral, vale a pena ter uma administradora de bens próprios quando os ativos, ou imóveis, geram uma renda passiva consideravelmente grande, proveniente de aluguéis. Porém, o controlador não pode comprar e vender imóveis com frequência, pois acaba se tornando inviável tributariamente.

Por isso, para empresas que realizam operações em larga escala e em diferentes setores, a unificação de atividades básicas na holding tende a gerar um ganho de eficiência. Afinal, isso permitiria às subsidiárias focar sua atuação apenas na atividade fim da companhia e ainda reduziria os custos operacionais visto que algumas atividades se concentrariam.

Como criar uma holding?

A criação de uma holding depende de uma série de análises a serem realizadas pelas partes integrantes da empresa a ser criada. Nesse sentido, é importante analisar com cuidado o custo-benefício da criação desse tipo de empresa e listar todas as vantagens e desvantagens e verificar se a criação de uma holding irá valer a pena.

Passo a passo: como criar uma holding?

O caminho para abrir uma holding no Brasil é o mesmo indicado para qualquer outro modelo de negócio. Para  seguir com esse tipo de negócio, a primeira coisa a ser feita,  é um planejamento.

Depois disso, os passos seguintes são:

  • Escolher o regime jurídico e regime tributário, que não pode ser o Simples Nacional;
  • Decidir o tipo de sociedade empresarial da holding;
  • Elaborar o Contrato Social, que define as regras e estrutura da holding, assim como os direitos e responsabilidades dos sócios;
  • Criar um novo CNPJ;
  • Registrar a empresa em órgãos reguladores;
  • Fazer a transferência de ativos para a holding.

Exemplos de holdings no Brasil

No Brasil, existem diversos exemplos de holdings. Abaixo, apresentamos alguns desses exemplos:

  • Grupo Votorantim: Fundado em 1918, o Grupo Votorantim é uma das maiores holdings do Brasil, com atuação em setores como cimento, metalurgia, energia, financeiro, papel e celulose. Suas empresas incluem a Votorantim Cimentos, Votorantim Energia, Banco Votorantim, entre outras.
  • J&F: A J&F é uma holding brasileira que atua em diversos segmentos, incluindo o setor alimentício, sendo uma das maiores produtoras de carnes do mundo. Controla marcas conhecidas como JBS, Banco Original, PicPay, Canal Rural, Eldorado Brasil, entre outras.
  • Itaúsa: A Itaúsa é uma holding brasileira com foco no setor financeiro. É a controladora do Banco Itaú, um dos maiores bancos do país, e possui participações em empresas como Duratex, Elekeiroz e Itautec.
  • Grupo Ultra: O Grupo Ultra é uma holding que atua principalmente nos setores de distribuição de combustíveis, gás liquefeito de petróleo, químicos e especialidades químicas. Controla empresas como Ultragaz, Ipiranga e Oxiteno.

Holdings mais famosas (mundiais)

São muitos os exemplos de holdings bem sucedidas. Atualmente, apenas no Brasil, existem mais de 100 mil negócios desse tipo em atividade, segundo a Receita Federal. Listamos as mais conhecidas:

  • Berkshire Hathaway: é a maior holding do mundo, com participação em empresas como Apple, Coca-Cola, Duracell, entre outras;
  • Alphabet: controla o Google, Calico, Capital G, etc;
  • Equatorial energia: holding brasileira que administra diversas empresas do setor de energia;

Quais as diferenças entre Holding, Joint Venture e Truste?

Os conceitos de holding e joint venture são muitas vezes confusos, contudo, esses dois tipos de empresas são bem diferentes. Como apresentado, a holding tem por objetivo exercer o controle sobre uma ou mais empresas, portanto, atuar na gestão das companhias e dos bens e direitos que essas companhias possuam, como ações, imóveis, entre outros.

Já a Joint Venture funciona como um acordo legalmente estabelecido entre empresas em busca de um objetivo comum. Dessa forma, tão logo o objetivo acordado entre as companhias para a formação da joint-venture é alcançado, a sociedade é desfeita. Vale ressaltar também que as entidades jurídicas de cada participante da joint-venture é mantido durante o acordo.

O Truste, por sua vez, difere tanto da holding quanto do joint-venture. No caso do truste ocorre uma fusão entre duas ou mais empresas do mesmo setor, ou da mesma cadeia produtiva, com o objetivo principal de exercer um maior controle sobre o mercado.

Conclusão

Uma holding tem participação essencial na gestão de outras empresas e, por isso, o seu gerenciamento deve ser transparente e responsável. O modelo de negócio está cada vez mais comum no Brasil e no mundo.

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