O dólar registrou uma alta expressiva de 2,82% nesta quarta-feira (18), atingindo R$ 6,26. Este valor representa a maior alta percentual desde 10 de novembro de 2022, quando a moeda alcançou um aumento de 4,10%. Mas afinal, por que o dólar disparou? Vamos explorar os principais fatores que influenciaram esse movimento.
Principais razões para a alta do dólar
O aumento do dólar está diretamente relacionado à revisão da meta fiscal brasileira. O governo anunciou a mudança da meta de superávit primário de 0,5% para um déficit zero em 2025. A partir de 2026, o plano é que as contas públicas voltem a gerar superávit, estabilizando o endividamento.
Entretanto, as dificuldades em alcançar esse equilíbrio fiscal têm gerado incertezas. Investidores estrangeiros, que buscam maior segurança, acabam direcionando seus recursos para mercados que oferecem juros mais altos e menor risco, resultando na pressão sobre o câmbio brasileiro.
Como as decisões do governo impactam o dólar?
Em dezembro de 2024, a Câmara dos Deputados aprovou um pacote de medidas fiscais proposto pelo governo federal. O objetivo do pacote é equilibrar as contas públicas e atingir a meta fiscal para 2025. Entre as medidas, destacam-se:
- Redução de benefícios fiscais em cenários de déficit nas contas públicas.
- Autorização para bloquear até 15% das emendas parlamentares, reforçando o compromisso com a responsabilidade fiscal.
Após ser aprovado pela Câmara, o pacote seguiu para o Senado, onde também recebeu aprovação. Com a promulgação prevista pelo Congresso Nacional, essas medidas devem gerar uma economia estimada de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos. Apesar de contribuir para a estabilidade econômica, o anúncio não eliminou as incertezas do mercado, que continua reagindo ao cenário fiscal desafiador.
O que está acontecendo com o dólar agora?
Mesmo com intervenções do Banco Central e medidas fiscais aprovadas, o dólar segue negociado acima de R$ 6, alcançando seu pico de R$ 6,26 na quarta-feira (18). Esse é o maior valor desde novembro de 2022, e reflete tanto as preocupações internas quanto fatores externos.
Entre os fatores externos, destaca-se o fortalecimento do dólar no cenário global, impulsionado por incertezas econômicas e políticas nos Estados Unidos. Internamente, a falta de reformas estruturais que contenham o aumento das despesas públicas mantém o mercado cauteloso.
Hoje (20), houve um leve recuo no dólar, que amanheceu a R$ 6,04. Isso foi resultado de leilões cambiais realizados pelo Banco Central e da aprovação, mesmo parcial, das medidas fiscais. No entanto, os desafios econômicos e as pressões sobre o real continuam.
Conclusão
O movimento de alta no dólar é consequência da revisão da meta fiscal brasileira, que gerou dúvidas sobre a sustentabilidade das contas públicas no curto prazo. A busca por maior segurança entre os investidores, somada a fatores globais, reforçou a valorização da moeda norte-americana.