Valorização do real brasileiro Valorização do real brasileiro

O Real mantém força em 2025, apesar de incertezas

O real sofreu uma desvalorização acentuada em dezembro, mas, desde então, tem mostrado recuperação. Essa recuperação está associada à postura mais equilibrada de Trump em relação ao comércio internacional e à estabilidade inesperada da economia norte-americana.

No curto prazo, essa conjuntura pode continuar beneficiando a moeda brasileira, embora ela permaneça sensível a variações globais.

No caso do euro, a tendência favorece o real, já que analistas prevêem pelo menos mais um corte de juros tanto na Zona do Euro quanto no Reino Unido. Apesar de alguns sinais positivos na economia britânica, a inflação acima do previsto levanta dúvidas sobre o futuro da política monetária, gerando volatilidade nos mercados financeiros.

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Real x Dólar

O início da semana foi marcado pelo dólar cotado a R$5,7033 na segunda-feira (17/fev), uma queda de 1,8% em relação à abertura da semana anterior (10/fev).

A moeda americana continuou a perder valor ao longo da semana, iniciando a sexta-feira (21/fev) a R$5,7022, representando uma desvalorização de 1,1% desde a sexta-feira anterior (14/fev). No intervalo entre 10 e 21 de fevereiro, a apreciação do real frente ao dólar atingiu 1,9%.

Apesar das divulgações macroeconômicas, o real manteve estabilidade. O Monitor do PIB indicou crescimento de 3,5% em 2024, impulsionado pelo consumo das famílias (+5,2%), pelos investimentos (+7,6%) e pelas exportações (+3,7%). O IBC-Br corroborou essa tendência, com alta de 3,8% no ano.

No Brasil, o Tesouro Nacional suspendeu os financiamentos do Plano Safra 2024/25 por limitações orçamentárias decorrentes da Selic elevada. No entanto, essa decisão já era amplamente esperada pelos mercados. A sustentação do real também foi favorecida por indicadores mensais que apontam para uma desaceleração econômica em 2025.

Nos Estados Unidos, o setor industrial dê sinais de retomada. O índice Empire State avançou para 5,70 em fevereiro, enquanto a projeção do GDPNow do Fed de Atlanta indica um crescimento anualizado de 2,3% no primeiro trimestre. Esses números reforçam a resiliência da economia americana.

Outro fator que trouxe alívio aos mercados foi a intenção de Donald Trump de negociar um acordo de paz para a guerra na Ucrânia, assim como sua abordagem mais amena no comércio exterior. Isso reduziu receios sobre medidas protecionistas extremas, beneficiando o câmbio.

Real x Euro

A cotção do euro iniciou a segunda-feira (17/fev) em R$5,9837, subindo levemente para R$5,9916 na sexta-feira (21/fev), o que representa uma desvalorização de 0,1% do real em relação à moeda europeia. Essa tendência de depreciação já vinha sendo observada na semana anterior.

Em relação ao dólar, o euro se fortaleceu, seguindo o movimento da semana passada. A moeda europeia passou de US$1,0489 na segunda-feira (17/fev) para US$1,0501 na sexta-feira (21/fev), representando um ganho de aproximadamente 0,1%.

Na Zona do Euro, há sinais discretos de recuperação econômica, mas ainda não suficientes para sustentar uma valorização consistente do euro. O Banco Central Europeu indicou que os juros estão caminhando para um patamar neutro, mas a política monetária ainda depende dos próximos indicadores de inflação e crescimento.

Os dados mais recentes mostram avanço na produção industrial (+0,4% em janeiro), enquanto os PMIs apontam expansão moderada, com o PMI composto da Alemanha atingindo 51,0 pontos e o da Zona do Euro chegando a 50,2.

A possibilidade de um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia pode aliviar as restrições comerciais e reduzir a pressão sobre o setor energético europeu, contribuindo para uma retomada mais estável.

Perspectivas

O real continua em um cenário incerto, influenciado por fatores internos e externos. A força global do dólar ainda representa um risco significativo, impulsionada pelos juros de longo prazo nos EUA e tensões comerciais. No entanto, a moeda brasileira pode seguir recuperando parte das perdas de dezembro.

Na Europa, os bancos centrais devem seguir com cortes de juros, mas a inflação no Reino Unido pode limitar essas reduções. No curto prazo, o real pode manter alguma resiliência, mas o cenário global continua exigindo cautela.

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