Quando o assunto é investimentos, grande parte das pessoas prefere apostar na segurança. E para isso, a renda fixa é uma ótima alternativa, já que as aplicações costumam ter baixo risco, ao contrário dos investimentos de renda variável.
A renda fixa é uma categoria de investimentos mais destinada para pessoas que possuem um perfil mais conservador, e buscam ter rentabilidade em suas aplicações sem correr grandes riscos. É uma alternativa bem bacana para quem possui objetivos de rentabilidade a longo prazo.
Acompanhe a leitura para entender o que é renda fixa, os principais tipos de investimentos e o que a difere da renda variável.
O que é renda fixa?
A renda fixa é uma classe de investimentos em que a rentabilidade do título é pré-determinada no momento da contratação. Ou seja, você já sabe o quanto sua aplicação renderá ao final desse investimento, evitando surpresas e prejuízos. Trata-se de uma modalidade mais segura de investimentos, com garantias.
Se o investidor adquire, por exemplo, um título com juros prefixados que paga 6% de rentabilidade ao ano, ao resgatar seu dinheiro na data de vencimento do contrato, ele receberá a remuneração combinada.
Mas, caso ele contrate um título pós-fixado atrelado ao CDI, ele não saberá exatamente o quanto receberá ao final do período. Esse tipo de investimento também é considerado renda fixa, já que está atrelado a um indicador, ou seja, fixado em algo específico.
Também é importante entender que ao fazer um investimento em renda fixa, o investidor está comprando um título de dívida. Ou seja, o detentor do título empresta dinheiro ao emissor, e em troca, recebe juros por isso.
Características da renda fixa
Para entender um pouco melhor o conceito, confira as principais características que fazem parte dos títulos de renda fixa:
- Segurança: como o título está atrelado a alguma taxa específica de juros ou algum indicador específico (CDI, IPCA), a rentabilidade é fixada, ou seja, é um tipo de investimento que garante segurança, eliminando a possibilidade de grandes prejuízos.
- Prazos de investimento: os títulos de renda fixa costumam ter prazos. Ou seja, um contrato com data para o final do período, em que o investidor resgatará o seu dinheiro com os lucros pré-estabelecidos.
- Liquidez: apesar de haver um contrato com uma data especificada para o final do período, diversos títulos de renda fixa permitem que o investidor resgate a quantia aplicada a qualquer momento, ou seja, possuem liquidez diária. Porém, ao resgatar o valor antes do prazo, o investidor não adquire toda a rentabilidade que ele iria adquirir caso esperasse o final do período. E também é preciso pagar uma pequena taxa para o resgate antes do prazo. É importante lembrar que alguns títulos não possuem liquidez diária, ou seja, não permitem o resgate antecipado. Confira essa informação antes de realizar a aplicação do dinheiro.
Vantagens de investir em renda fixa
Confira as principais vantagens de investir em títulos de renda fixa:
Rentabilidade
A categoria de investimentos de renda fixa é bastante ampla, logo, existem diversas opções e vários tipos de rendimentos, atrelados a diferentes indicadores e taxas de juros. Os títulos de renda fixa oferecem uma rentabilidade bem maior em comparação a poupança comum de bancos tradicionais.
E apesar da rentabilidade desses títulos ser menor do que a rentabilidade dos ativos de renda variável, eles oferecem rendimentos mais estáveis e livres de oscilações, gerando maior tranquilidade e garantias ao investidor.
Baixa volatilidade
Os títulos de renda fixa sofrem poucas oscilações do mercado financeiro, já que normalmente estão atrelados a índices controlados pelo governo, e que não costumam ter grandes oscilações. Logo, trata-se de uma categoria de investimentos mais segura.
Previsibilidade
É possível saber exatamente quanto o título vai render no momento da contratação. Se o investidor comprar um título que paga 120% do CDI, na data do vencimento, o título adquirido vai entregar os 120% do CDI do período.
Se o título for pré-fixado, então aquela rentabilidade acordada na data da compra, será entregue no vencimento. Como uma taxa prefixada de 8% de juros ao ano, por exemplo.
Diversificação
Os títulos de renda fixa oferecem uma série de produtos diferentes, para diversificação da sua carteira. Além disso, se você costuma investir em ativos de renda variável, vale a pena contar com aplicações em renda fixa também, para equilibrar lucro e segurança em sua carteira, protegendo melhor as suas aplicações.
Segurança
A maioria dos títulos de renda fixa possuem a garantia do FGC em até R$ 250 mil. Sendo que as letras do Tesouro, tem a garantia do Tesouro Nacional.
Possibilidade de investir em moedas mais fortes
Os investidores não estão limitados a apenas títulos brasileiros. Também é possível investir na renda fixa americana. Assim, você protege melhor sua carteira, trazendo uma moeda mais forte para fazer parte de seu portfólio de investimentos. É uma excelente forma de se proteger das crises do mercado econômico brasileiro, lucrando com o governo e os índices americanos.
Investir no exterior é uma tarefa mais simples do que você imagina. Esse tipo de operação exige a realização de transferências internacionais. E para isso, você pode contar com o transferbank. A correspondente cambial brasileira que oferece as menores taxas do país para serviços de câmbio, além de muita praticidade.
Desvantagens de investir em renda fixa
Confira as principais desvantagens:
Prazo de carência
Alguns títulos de investimentos possuem prazo de carência, não permitindo o resgate antecipado. Nesses casos, caso você precise do dinheiro, terá que recorrer ao mercado secundário, podendo perder parte do valor do título.
Taxas
Dependendo do tipo de renda fixa que você escolher, o investimento poderá ter uma série de taxas e tributos. Por exemplo, no Tesouro Direto há o IR, o IOF e a taxa de custódia que incidem sobre os rendimentos.
Já nos Fundos de Renda Fixa existe a incidência de taxa de administração. Então é importante estar bem informado antes de escolher o investimento ideal.
Não há grandes riscos, mas nem grandes lucros
Pelo fato dos títulos de renda fixa estarem atrelados a taxas de juros ou índices com rentabilidade pré-estabelecida, não há riscos de ocorrer grandes prejuízos, mas também não ocorrem grandes lucros, já que o rendimento possui um limite específico e não o
ultrapassa.
Não é como as ações, por exemplo, que você pode obter lucros inimagináveis e bem acima do esperado. Os ativos de renda variável permitem lucros maiores, apesar dos riscos também serem maiores.
Portanto, a renda fixa é uma opção mais segura e conservadora, e não oferece lucros gigantes. O ideal é diversificar sua carteira, equilibrando investimentos de renda fixa e de renda variável. O equilíbrio ideal dependerá do seu perfil de investidor. Existem investidores conservadores, moderados e arrojados, que estão dispostos a correr riscos maiores.
Tipos de investimentos em renda fixa
A renda fixa é uma categoria bastante ampla de investimentos, que possui diversas alternativas para diferentes objetivos. Confira os principais:
1. Títulos públicos
Ao aplicar em títulos públicos, o investidor está emprestando seu dinheiro para o governo fazer a máquina pública funcionar. Os títulos públicos são considerados investimentos mais seguros, já que são emitidos pela mesma entidade (o governo) que imprime o dinheiro do país.
Isso faz com que o risco do investimento seja mínimo, já que você só perderá o seu dinheiro caso o governo entre em colapso total, algo que tem uma possibilidade quase nula de ocorrer. Além disso, há garantia do FGC em até R$250 mil.
Há 3 tipos de papéis disponíveis no Tesouro Direto, sistema criado pelo governo brasileiro em 2002 para facilitar as aplicações de pessoas físicas. Podem ser prefixados (Tesouro Prefixado e Tesouro Prefixado com Juros Semestrais), pós-fixados (Tesouro Selic) ou híbridos, atrelados a inflação (Tesouro IPCA+ e Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais).
Mas, para investir em títulos públicos, é necessário encarar algumas taxas. A primeira é uma tarifa de custódia paga à B3, já que é a bolsa de valores que organiza o sistema do Tesouro Direto.
A segunda taxa que pode ser cobrada é a de administração, cobrada por alguns bancos e corretoras de valores que realizam a intermediação das operações.
2. Poupança
A poupança é o investimento mais tradicional do Brasil, mas também, é o que oferece a menor rentabilidade. Portanto, as demais opções de investimentos de renda fixa são alternativas melhores para quem busca maiores lucros.
Nessa modalidade, as regras de funcionamento e de rentabilidade seguem diretrizes estabelecidas pelo governo. Uma grande vantagem da poupança é que não há taxas para aplicar na poupança, nem incidência de Imposto de Renda – os rendimentos são isentos.
A remuneração oferecida aos investidores é a mesma em todas as instituições financeiras e, desde 2012, varia de acordo com o patamar em que se encontra a Selic.
3. CDBs
Assim como o governo levanta dinheiro emitindo títulos públicos, os bancos fazem o mesmo lançando Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) no mercado. Ou seja, ao investir em CDBs, você está emprestando dinheiro para instituições bancárias, que te devolverão o valor com o acréscimo de juros.
Os CDBs mais comuns são pós-fixados e oferecem como remuneração um percentual de algum índice de referência de renda fixa, normalmente, a taxa do CDI. Em alguns bancos, essa rentabilidade pode ser tão baixa quanto a da poupança (de 70% do CDI, por exemplo). Mas, para atrair investidores, alguns outros podem oferecer até mais do que 100% do CDI.
4. Debêntures
Os debêntures são títulos de crédito emitidos por empresas e negociados no mercado de capitais. Eles também representam uma dívida, como os títulos públicos e os CDBs, mas com emissores diferentes do governo ou dos bancos.
Normalmente, os recursos levantados pelas empresas emissoras de debêntures são utilizados para financiar grandes projetos, como a construção de novas fábricas ou um processo de expansão internacional. Por isso, elas costumam ter o vencimento de contrato mais longo em comparação a outros títulos de renda fixa.
Não é raro encontrar debêntures com prazo de cinco ou até dez anos à frente. Elas também podem ter retornos prefixados, pós-fixados ou híbridos.
5. LCI e LCA
A lógica do funcionamento das letras de crédito, tanto imobiliário (LCI) quanto do agronegócio (LCA), é semelhante à dos CDBs. Elas também são emitidas por instituições financeiras, com a diferença de serem restritas àquelas com alguma atividade de crédito relacionada ao setor imobiliário ou do agronegócio. Elas também contam com a cobertura do FGC.
É mais comum encontrar letras de crédito pós-fixadas no mercado, e é comum que elas ofereçam remuneração levemente abaixo dos CDBs. Isso ocorre porque as LCIs e LCAs são isentas de Imposto de Renda, o que é uma vantagem.
6. CRI e CRA
Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e do Agronegócio (CRA) são produtos financeiros um pouco mais complexos. Eles envolvem securitização, um processo que, grosso modo, transforma direitos de crédito, como as parcelas de um financiamento imobiliário ou o pagamento de aluguéis mensais em papéis negociados no mercado financeiro.
Quem compra um CRI ou um CRA no mercado recebe juros como remuneração. Eles são isentos de Imposto de Renda, apesar de não contarem com nenhuma garantia do FGC.